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Resenha #73: Enquanto Bela dormia

Título: Enquanto Bela dormia
AutoraElizabeth Blackwell
Editora: Editora Arqueiro

Nº de Páginas: 364

Nos salões de um castelo, uma confidente leal guardou por muitos anos os segredos de uma rainha linda e melancólica, uma princesa que só queria ser livre e uma mulher que sonhava com a coroa. Esta é sua história.Ambientada em meio ao luxo e às agruras de um reino medieval, esta releitura de A Bela Adormecida consegue ser fiel ao clássico ao mesmo tempo que constrói uma narrativa recheada de elementos contemporâneos. Nessa mescla, os dramas de seus personagens um casal infértil, uma jovem que não aceita viver em uma redoma e uma família despedaçada pela inveja tornam-se atemporais. Quando a rainha Lenore não consegue engravidar, recorre aos supostos poderes mágicos da tia do rei, Millicent. Com sua ajuda, nasce Rosa, uma menina linda e saudável. No entanto, a alegria logo dá lugar às sombras: o rei expulsa de suas terras a tia arrogante, que então jura se vingar. Seu ódio se torna a maldição que ameaça a vida de Rosa. Assim, a menina cresce presa entre os muros do castelo, cercada dos cuidados dos pais e de Flora, a tia bondosa e dedicada do rei que encarna a fada boa do conto original. Mas quando todas as tentativas de proteger Rosa falham, é Elise, a dama de companhia e confidente da princesa, sua única chance de se manter viva. E é pelos olhos dessa narradora improvável que conhecemos todos os personagens, nos surpreendemos com o destino de cada um e descobrimos que, quando se guia pelo amor a magia mais poderosa do mundo , qualquer pessoa é capaz de criar o próprio final feliz.

Olá pessoal, tudo bom com vocês? Quem me conhece sabe que sou fissurada em contos de fadas! A Disney marcou muito minha infância, o que acarretou em um amor que não passou até hoje. Rs Devido a isso, sempre procuro ver aquelas novas adaptações cinematográficas dos filmes da Disney, procuro séries maravilhosas como Once Upon a Time e bem, busco por livros que tragam novas histórias baseadas ou recriando contos de fadas. Foi assim que cheguei ao livro que será resenhado hoje.

Quando vi este livro no catálogo de lançamento da Arqueiro simplesmente tive que solicitá-lo. O livro prometia desmistificar um conto de fadas e isso me deixou muito intrigada. O que seria da história da bela adormecida nessas condições?! Vem que conto para vocês!

Hum! Seria mesmo um belo truque derrubar uma filha da realeza com um fuso pontiagudo, depois vê-la renascer com um único beijo. Se existe esse tipo de mágica, ainda não a conheci. O horror do que realmente aconteceu perdeu-se, e não é de se admirar. A verdade está longe de ser história de criança.

Quem nos narra a história é Elise, que se encontra em sua velhice e decide contar para sua bisneta a história de objetos peculiares que lhe pertencem. Esta passa a contar para sua neta as desventuras pelas quais passou na infância, até sua ida ao castelo em busca de um trabalho, tendo em vista que se encontrava sozinha no mundo, devido a um surto de varíola que matou sua mãe e seus irmãos.

A partir daí vemos Elise não só narrar, mas, participar ativamente de todo enredo que envolve a realeza e os acontecimentos políticos da época. Ela passa a contar para sua neta sua trajetória de criada, até que chegasse a ser criada pessoal da rainha, seus amores, desamores, amizades e tragédias que ocorreram ao decorrer da trama, sempre mantendo o foco nos acontecimentos envolvendo a realeza que contavam a história de Bela, ou melhor, Rosa.

Toda grande lenda, no fundo, é uma história de perda da inocência, e talvez fosse esse o papel que eu estava destinada a desempenhar.

É através da narrativa de nossa personagem principal que conhecemos esssa versão da história. A rainha Lenore, assim como o rei, já estavam perdendo as esperanças de conceberem um filho, quando Millicent Lenore saem para uma espécie de retiro e essa segunda engravida logo após o mesmo.

O rei e a rainha ficam eufóricos com a chegada de sua herdeira, mas, como nem tudo são flores! O rei se sente extremamente incomodado com a influência que sua tia – Millicent – exerce sobre sua esposa.

Quando Rosa nasce, a herdeira real, Millicent é expulsa do castelo e, no batizado da menina roga uma praga para a mesma, o que faz com que todos se mantenham sempre vigilantes e vivam com medo.

_ Aquela bruxa não nos destruirá – prometeu o rei.
No entanto, ao espalhar as sementes da desconfiança e do medo, Millicent já havia começado a fazer  exatamente isso.

Vivendo sempre a espreita, Elise nos mostra como tal ameaça afeta a paz e a calmaria do castelo, nos levando a ver a superproteção que se cria entorno de Rosa, a forma como a família se despedaça pela inveja e pelo medo e como tudo termina de uma forma inimaginável.

Não vou contar como termina a história, obviamente, mas, adianto que nenhum feitiço é lançado por Millicent, mas que sim, essa é, de certa forma, responsável pela tragédia que assola o reino e leva bela a ficar acamada – mais uma vez, nada de magia.

Consola-me pensar que a história da Bela Adormecida continuará viva depois de todos nós, uma história de maldade derrotada e amor triunfal que ressoará por séculos. E é assim que deve ser. Porque a verdade não é nenhum conto de fadas.



A narrativa criada por Elizabeth descontrói toda a fantasia e magia que paira sobre a história da Disney. A história aqui poderia ser considerada “real” e bem, a mesma me agradou muito.

A leitura demorou um pouco a ganhar ritmo, mas, quando isso aconteceu, passei a me ver envolvida e cativada pelas palavras de Elisa, por sua lealdade com a rainha e com sua maneira de ver as coisas.

Nessa mescla, os dramas dos personagens mostram-se totalmente divorciados de criaturas mágicas e derivados. Temos um casal que acredita ser infértil, drama familiar, uma jovem que não aceita ser criada numa redoma, amores, desamores, surtos de doenças (o que era extremamente normal na época em que se passa a trama), enfim! Esse foi um ponto que me surpreendeu no livro. A autora ao incluir tais temas, passa realmente a desmistificar a história.

Os personagens foram muito bem desenvolvidos e aqui destaco Elise, nossa narradora; a rainha Leonore e Dorian, um personagem que não aparece muito ao decorrer da trama, mas, que cativou muito.

Outro ponto que saltou aos meus olhos ao decorrer da leitura é como resta demonstrado na obra que, às vezes, uma ameaça pode destruir mais que qualquer ação. A forma como as pessoas agem quando estão a espreita de algo ruim pode causar sua ruína, mais que qualquer atitude.

A diagramação feita pela editora ficou fantástica e só tenho elogios a todo trabalho gráfico, desde a diagramação à capa, e claro, a revisão impecável.

Enfim, se você, assim como eu, ama contos de fadas e adora essas versões alternativas das tramas, leia esse livro! Você vai se encantar com a obra de Elizabeth. A narrativa é instigante, original e cativante!

Bem pessoal, é isso! Espero que gostem da resenha! Comentem comigo sobre a obra ok (se já leram, se pretendem ler, suas impressões, enfim!)? Beijos e até o próximo post!


7 comentários:

  1. Oi Polly! Suas fotos do livro estão perfeitas! *-*
    Acho que essa é a primeira resenha que leio dele, gostei bastante do que vc disse. Tbm amo Disney, contos de fadas e OUAT, então, acho que é pra mim tbm HAHAHA
    Bjs
    http://acolecionadoradehistorias.blogspot.com

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  2. Oi, ultimamente estou vendo muitas resenhas sobre esse livro e todas são positivas e como eu amo contos de fadas e por ser uma releitura tão elogiada, eu com certeza fiquei curiosa para lê-lo e vou ver se ainda leio esse ano, pois amei sua resenha e só instigou mais a minha curiosidade, por ser narrado pelo ponto de vista da dama de companhia.
    bjus

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  3. Nossa, quantos elogios.
    Eu gosto muito da premissa do livro e amo essa capa. Infelizmente ainda não tive chance de ler. Gostei de saber sobre a narração e desenvolvimento dos personagens. Sua foto ficou TOP.

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  4. Oi, Pollyanna!
    Adoro releituras, principalmente, se for de um livro clássico!
    Achei linda a capa! E fiquei curiosíssima para descobrir como a autora conseguiu desmistificar a fantasia com elementos contemporâneos.

    Beijos!

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  5. Oi Polly, menina eu acho a capa desse livro maravilhosa e quero muito lê-lo. Adorei a sua resenha, a síntese que você fez para situar a história está clara e comunica sem entregar spoiler. Quanto a trama não engrenar de início, tem muitos livros que acontecem isso, mas como você não se deixou desanimar por isso, seguiu em frente e se envolveu com a trama, isso é muito bom.
    Claro que quero ler este livro, adoro os contos de fada e as releituras que são feitas deles.

    Bjo
    Tânia Bueno

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  6. Oii,
    Eu já tinha lido outra resenha desse livro e ainda continuo não me interessando :/
    Adorei as fotos.

    Abraços!
    http://lendocomobiel.blogspot.com.br/

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  7. Polly suas fotos ficaram fantásticas!!! A resenha ficou ótima, a minha opinião sai hoje e colocarei o link da sua porque adorei!!! Enfim amei acompanhar suas impressões, apesar da minha leitura não ter sido tão agradável quanto à sua concordo com vários pontos que vc citou e o Dorian também me surpreendeu. E esse detalhe do medo causar mais dados que outras coisas realmente tem um grande foco na história. Enfim valeu a pena a leitura mas para mim poderia ter sido mais leve em alguns pontos e com um narrador mais envolvente.

    Leituras, vida e paixões!!!

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Pollyanna Campos

Mineira, apaixonada por livros, advogada, viciada em romances de época, séries e café. Ama viajar, ouvir a mesma música, ver os mesmos filmes, reler suas citações literárias favoritas e cuidar de suas plantas.




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