Título: A cor púrpura
Autora: Alice Walker
Editora: José Olympio
Nº de Páginas: 336
Vencedor do Prêmio Pulitzer em 1983 e inspiração para a obra-prima cinematográfica homônima dirigida por Steven Spielberg, o romance A cor púrpura retrata a dura vida de Celie, uma mulher negra no sul dos Estados Unidos da primeira metade do século XX. Pobre e praticamente analfabeta, Celie foi abusada, física e psicologicamente, desde a infância pelo padrasto e depois pelo marido. Um universo delicado, no entanto, é construído a partir das cartas que Celie escreve e das experiências de amizade e amor, sobretudo com a inesquecível Shug Avery. Apesar da dramaticidade de seu enredo, A cor púrpura se mostra muito atual e nos faz refletir sobre as relações de amor, ódio e poder, em uma sociedade ainda marcada pelas desigualdades de gêneros, etnias e classes sociais.
Bom, tem vez que o Sinhô ____ me bate muito mesmo. Eu tenho que me queixar com o criador. Mas ele é meu marido. Eu deixo pra lá. Essa vida logo acaba, eu falo. O céu dura para sempre.
Escrito em 1982, A Cor Púrpura nos conta a história de Celie, uma mulher negra que viveu no sul dos
Estados Unidos, na primeira metade do século XX, no período entre guerras.
Celie é pobre, praticamente analfabeta e sofreu durante toda sua vida abusos físicos,
emocionais e sexuais. É um livro epistolar, com uma linguagem simples e com erros,
devido ao grau de instrução da personagem. É através de sua narrativa simples
e emocionante que vamos conhecendo sua história.
A primeira parte do livro temos
cartas que Celie direciona a Deus, narrando com a maior sinceridade possível
todos os abusos sofridos primeiro na infância e após o casamento forçado com um
homem autoritário e violento.
Num deixa eles dominarem você, a Nettie fala. Você tem de mostrar pra eles quem é que manda.
Eles é que mandam, eu digo.
Mas ela cuntinua. Você tem de brigar.
Mas eu num sei como brigar. Tudo o que sei fazer é continuar viva.
Celie, uma mulher frágil que
nunca recebera carinho de ninguém além de sua sai irmã Nettie, se vê como uma
mulher descartável, indigna de vontades e de receber amor.
Ele riu. Quem você pensa que é? Ele falou. Você num pode amaldiçoar ninguém. Olhe para você. Você é preta, é pobre, é feia. Você é mulher. Vá pro diabo, ele falou, você num é nada.
É nessa fase que ela fica
fascinada por Shung Avery antes mesmo de conhece-la, quando seu marido ainda era
amante da mulher.
Em uma segunda parte do livro onde as cartas passam a ser direcionadas a sua irmã, que Celia acredita estar morta, que ela passa a ter contato com Shung Avery.
Quando a mesma passa a morar em
sua casa, Shug passa a desconstruir o pensamento de Celie, lhe mostrando que
não podia aceitar ser tratada daquela forma. Ela passa a ajuda-la a
desconstruir os pensamentos machistas incutidos na mulher e começa a questionar
e recusar o papel pré-definido para as mulheres. É com a ajuda da mulher que
Celia abre os olhos para a opressão a qual está sendo submetida, começa a
descobrir o seu valor como ser humano e a ensina até mesmo a lidar com sua
sexualidade.
Para quem viu meu vídeo com as
melhores leituras de 2016 sabe o quanto este livro foi importante para mim.
Ele nos apresenta uma história
sobre subserviência, violência de todos os tipos contra as mulheres, preconceito
racial e de gênero. É um livro que põe o dedo na ferida, critica e desconstrói
pensamentos. É um livro com uma mensagem incrível de empoderamento.
Apesar de ser uma leitura fluida,
a mesma não é, de maneira alguma, uma leitura fácil. Por tratar de temas tão relevantes
e trazer questionamentos que são válidos ainda nos dias de hoje, a obra se
torna também uma reflexão trazida por uma personagem aparentemente simples, mas,
com muito a nos ensinar.
Com um título não acidental que
marca e representa o momento de autoconhecimento e desconstrução e construção
de Celie, esta é uma obra que vai tocar o leitor, modifica-lo e o fará pensar
nessa história por muito tempo, mesmo após ter concluído o livro.
Recomendo esse livro com a
consciência de que o mesmo irá mexer com você e o emocionará muito. Esta é uma
daquelas histórias que carregamos para vida, tendo conquistado um lugar muito
especial em meu coração.
Espero que tenham gostado da
indicação de hoje e não deixem de comentar ok? Beijos e até o próximo post!
Oi, Pollyanna!
ResponderExcluirJá tinha visto esse livro nas redes sociais, mas não tinha parado para dar uma conferida nele. Gostei da premissa e da sua resenha. Fiquei curiosa para ver o crescimento de Celie, se soltando das amarras do marido e da sociedade.
Obrigada pela dica!
Ah! Só fiquei um pouco perdida. Shung Avery vai morar com Celie e o marido, sendo amante desse?
Beijão!
http://www.lagarota.com.br/
http://www.asmeninasqueleemlivros.com/
Fico feliz que tenha gostado da dica! ^^ Então, sim! Tamanho o desrespeito que ele tem por ela, ele faz com que a mulher vá morar com os dois ><' Mas isso é essencial para a história! rs
ExcluirObrigada pelo comentário!!
Beijos
Ola
ResponderExcluirEu ja li algumas resenhas sobre esse livro e todas se mostram bem positivas, assim como a sua que me deixou bem motivada. Nao vejo a hora de ter meu exemplar em mãos e nao tenho duvida de que deve ser emocionante e com leitura fluída, apesar de impactante, por conta da temática.
beijos, F
Olá,
ResponderExcluirEu já tinha visto esse livro na livraria leitura, mas nunca tive um grande interesse em saber mais, mas agora lendo a sua resenha as coisas mudaram. Achei a trama do livro muito intrigante e merecedora da minha atenção, a forma que você apresentou a história e expressou suas opiniões me deixou bem empolgado para fazer a leitura da obra. A capa é linda e suas fotos ficaram ótimas, adorei a resenha! ♥
→ desencaixados.com
Tenho uma curiosidade muito grande em ler o livro e poder assimilar toda essa relevância para qualquer época. Esse enredo é forte e bonito e quero poder conhecer.
ResponderExcluirMEU AMOR PELOS LIVROS
Beijos
Oii !
ResponderExcluirEsse livro já está na minha lista a tempos! preciso muito ler! ainda mais agora depois dessa resenha linda! e as frases que você separou? realmente me emocionei só com elas , imagine o livro??
Muito curiosa com essa história, preciso ler!
Beijos!
Jess
www.pintandoasletras.com.br
Esse livro traz um tema muito forte, a mocinha negra... parece ser uma estória muito boa.
ResponderExcluirNão é o que eu geralmente leio, mas acho que daria uma chance se tivesse a oportunidade de ler. Não conhecia.
Obrigada pela visita no Blog As Meninas Que Lêem Livros.
Bjs.
Oie amore,
ResponderExcluirJá curti a capa e o título e anotei a dica por aqui.
Essa coisa de cartas em livros me atrai demais. Mega curiosa pela leitura por aqui!
Beijokas!
Já havia visto esse livro por aí, mas não sabia do que se tratava. Fiquei fascinada, quero ler! rs Apesar do tema ser denso, mas estou bem adaptada a leituras densas. Adoro sair de minha zona de conforto literária e mental rs Parabéns pela resenha, ela me despertou uma vontade imensa de ler este livro!
ResponderExcluir|amorlivresco.wordpress.com|
"Mas eu num sei como brigar. Tudo o que sei fazer é continuar viva." só essa frase seria o suficiente pra me convencer de ler esse livro, com sua resenha eu fiquei doida. Triste, pelo tema e por saber que mesmo no século XXI a mesma coisa acontece diariamente com mulheres de todas as idades e etnias pelo mundo todo. Mais que anotado na minha wishlist.
ResponderExcluirOie! Tudo bem?
ResponderExcluirAmei a indicação de hoje moça! Mas infelizmente não é o tipo de livro que me chama a atenção para realizar a leitura, todavia tenho um apreço muito grande por livros que tratem sobre esses assuntos que você citou acima, e com certeza irei indicar ele para uma amiga, que gostará da leitura!
Bjss
Olá!
ResponderExcluirTenho muita vontade de ler esse livro, pois acho a premissa dele muito fascinante, principalmente pelo tema.
Entendo seu amor por esse livro e você querer compartilhar ele com o mundo, já me senti assim também. É bacana saber que, apesar de uma leitura fluída, ela não é nada fácil.
Vou anotar a dica e deixar a dica de "A Resposta" para você, acho que pode gostar.
Beijos,
Um Oceano de Histórias
Oi, Polly
ResponderExcluirEu nunca li ou assisti ao filme, mas eu tenho que tirar esse atraso já. É engraçado que aqui nós vemos um exemplo de sororidade onde, tecnicamente, não deveria haver, pois, se eu entendi bem, a amante do marido passa a ser sua conselheira, não é? Nunca tinha parado para pensar nesse lado! Tenho que ler logo esta incrível e emocionante história.
Beijo
- Tami
Blog Meu Epílogo | Instagram | Facebook
Oi!
ResponderExcluirAi esse livro </3 A Cor Púrpura é, sem dúvidas, uma leitura mais que necessária. Nós podemos ver que, por mais que me doa falar isso, mulheres e mais mulheres sofrem diariamente e Alice consegue fazer uma narrativa forme e comovente, que nos dá um choque de realidade. A vida não é fácil. Enfim, ótima resenha! Bjus
Olá!
ResponderExcluirEu morro de vontade de ler esse livro mas, como você diase,deve não é maneirista fácil. Adorei a maneira como você falou da história e por todo o contexto do livro, acho o titulo simplesmente genial.
Beijos.
Meu Deus do céu... Eu sou doida para ler esse livro, mas parece que vai ser uma leitura super pesada. Tudo bem... O tema é pesado, mas deve ser discutido e imagino que seja falado de maneira brilhante.
ResponderExcluirAdorei a sua resenha e as fotos do post, ficaram lindas :)
ourbravenewblog.weebly.com
Oi, tudo bem?
ResponderExcluirEu ainda não li esse livro e confesso que também não sabia muita coisa sobre ele, mas agora estou doida para ler, porque parece ser uma obra incrível mesmo, embora creia que seja uma leitura difícil e dolorosa. Enfim, esse livro parece trazer ótimas mensagens mesmo e abordar temas interessantes, por isso vou marcar a dica e espero ler em breve.
Beijos :*
Oi.
ResponderExcluirEsse livro está na minha lista, mas estou com um novo mantra: "Não posso comprar livros novos enquanto não ler os que tenho em casa..."
Realmente a mensagem de empoderamento deve ser muito forte e necessária. No dia das mulheres fui obrigada a ler a seguinte mensagem: "Feliz dia das mulheres, menos para as feministas". Esse tipo de coisa me faz querer ficar dentro do quarto e não ter contato com mais ninguém. As pessoas falam sem estudar, sem pesquisar, perdemos a capacidade de produzir opinião crítica, simplesmente reproduzimos os discursos acalorados que ouvimos.
Esse tipo de livro é extremamente necessário para conscientizar e precisa ser divulgado.
Parabéns pela resenha.
Beijos.
Oi Pollyanna! Estou curiosíssima para ler esse livro, mas estou com medo. Sei q vou chorar horrores e ainda estou tomando coragem para me deixar ser tocada pelas descobertas de Celie. Será q vou me desidratar muito?
ResponderExcluirSempre ouvi falar muito bem desse livro, mas nunca me dispus a lê-lo.
ResponderExcluirParece realmente ser aquele tipo de leitura pesada, que te marca e te faz sofrer empaticamente com a personagem. Mas que no final, te dá grandes lições. Fiquei curiosa para conhecer essas personagens incriveis que você apresentou em sua resenha, mas não sei se estou pronta para algo do tipo. Indicação anotada!
Abraços!
www.asmeninasqueleemlivros.com