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Resenha #223: Agora e Sempre


Título: Agora e Sempre
AutoraJudith McNaught
Editora: Bertrand Brasil
Nº de Páginas: 350
O premiado romance histórico da autora best-seller Judith McNaught com orelha assinada por Carina Rissi.
Após perder os pais em um trágico acidente, Victoria Elizabeth Seaton é enviada para a Inglaterra, onde se espera que reivindique seu lugar de direito na sociedade inglesa. Assim que chega à suntuosa propriedade de Jason Fielding, ela é vista por seu tio Charles como a mulher perfeita para o sobrinho. Assustada com a má fama do marquês de Wakefield, Tory jamais pensaria que sob a frieza e a amargura de Jason haveria lembranças de um passado doloroso a atormentá-lo. Ele, por sua vez, acredita ser incapaz de amar de verdade, quem quer que seja. Juntos, Victoria e Jason descobrirão até que ponto se pode conter um coração que quer se entregar e todos os obstáculos que só um amor verdadeiro é capaz de vencer.
 Olá pessoal, tudo bom com vocês? Quem aí estava com saudades de resenha de romance de época?! Eu não sei vocês, mas eu estava morrendo de saudades de falar desse gênero que amo tanto! E para matar essa saudade, vamos fazê-lo em grande estilo, falando de um lançamento que é também meu primeiro contato com a escrita da autora. Bora conversar um pouquinho sobre Agora e sempre, da autora Judith McNaught, lançado pela Bretrand Brasil?
Em Agora e sempre conhecemos a história de Victória Elizabeth Seaton, uma moça que perdeu seus pais em um trágico acidente e acaba sendo obrigada a abandonar tudo o que conhece e ama na América para morar com parentes desconhecidos na sociedade inglesa, separada de sua irmã, vez que sua vó se recusa a ficar com as duas.  Seu único alento é acreditar que não precisará passar por tudo aquilo por muito tempo, vez que Andrew, seu amor de infância, irá busca-la para que se casem.

No entanto, o destino de Tory não é tão previsível quanto a moça acredita. Chegando na Inglaterra, quando a mesma vai conhecer seu tio Charles, ela acaba se deparando com Jason Fielding, um Marquês de má fama, com modos rudes e que parece não suportá-la. Charles no entanto, acredita que ambos são perfeitos um para o outro.

O que Victória sequer imagina é que por trás de todos os boatos, bem como da fachada brusca de Jason, existe um homem com um passado extremamente sofrido, que não deixa que ninguém se aproxime por já ter sofrido demais.

Os dois passam a se conhecer e apesar de surgir uma atração, o romance de infância de Tory e a frieza e amargura de Jason arriscam a por tudo a perder. Seriam eles capazes de encontrar um caminho para ficarem juntos, mesmo em meio a tanto sofrimento e decepções?
Sempre ouvi falar muito desta autora e de seus mocinhos controversos, que despertavam muito amor e ódio em suas leitoras. Através desse livro eu pude sentir exatamente o que as pessoas diziam quando expressavam esses sentimentos conflitantes. Para explicar tudo o que senti, precisamos ir por partes!

A trama é clichê? Sim! Mas, francamente, são poucos romances de época que não o são. Isso para mim não desabona em nada a leitura, caso o livro seja bem escrito, que cative. A história dos romances e época, em sua grande maioria, apresenta seu diferencial em seu desenvolvimento e é isso que precisamos ter em mente quando iniciamos a leitura dos livros.

Esse diferencial foi um ponto positivo em Agora e sempre. Aqui temos uma mocinha que tinha um enorme carinho por seus pais e que os perdeu em um acidente. Ela perde, inclusive, o contato com a irmã, vez que a avó insiste em separar as duas. Victória é espirituosa, forte, decidida e tem um coração enorme. Ela é aquele tipo de protagonista que nos ganha de cara.

Temos Jason, nosso protagonista com passado sofrido e obscuro, como vários outros protagonistas. O que se difere em sua história, no entanto, é a forma como ele sofreu, tudo o que ele passou. Este personagem tem, sem sombra de dúvidas, um dos passados mais sofridos que já encontrei em romances de época.

No entanto, mesmo em meio a tanto drama, o livro, que possui um ritmo muito bom e gostoso de acompanhar, ainda tem uma mescla entre momentos tristes e engraçados, que em momento algum se tornam forçados.  Temos Victória tentando impressionar e se metendo em confusões, temos os empregados fofocando sobre a vida dos patrões nas “coxias”, assim como outros personagens secundários que tem seus momentos que trazem mais leveza a trama.
Até aí tudo perfeito, certo? Certo. Mas temos que falar também sobre o romance entre os dois e é aí, querido leitor, que os sentimentos conflitantes começam a aparecer.

Todos nós sabemos que se hoje existe machismo, no século XIX era algo em proporções muito maiores e muito mais revoltantes.  Algumas atitudes que não aceitaríamos em hipótese alguma são aceitas de uma forma muito tranquila por algumas personagens, o que eu considero ser uma atitude comum para as mulheres da época, ainda que eu não concorde de maneira nenhuma.

Aqui tenho que abrir um parêntese por ter visto muitas pessoas dizendo que Victória aceitava atitudes inaceitáveis. Mas cá entre nós? Ela era uma moça órfã, que recebeu os piores conselhos do mundo de uma parente solteirona, que basicamente fala para ela aceitar tudo de um marido, em uma época em que as mulheres não tinham muita informação do que é o certo ou não. Não acho que a personagem tenha sido desconstruída na narrativa, muito pelo contrário. Acho que ela teve sim uma fase em que se encontrou perdida, mas isso é totalmente coerente com a trama e com o destino que a autora quis dar a Tory.

Isso quer dizer que aceitei tranquilamente todas as atitudes de Jason? Não, de maneira nenhuma. Vai, algumas atitudes de se armar quando sente que vai ser abandonado, quando tem medo de sentir demais e se machucar novamente são até compreensíveis devido a sua vida pregressa. Sofrimentos geram traumas, traumas estes que eram escondidos antigamente porque o homem não podia ser fraco.
No entanto, algumas situações são tão tensas que caramba, era injustificável (aqui não vou explicar muito para não dar spoilers).

E em meio a cenas lindas do casal, onde existia uma química incrível, outras cenas nem tão bacanas, mas que eram necessárias para construção da trama e essas cenas injustificáveis, eu me pegava refletindo sobre o que estava lendo.

O conflito entre amar e odiar o personagem Jason foi real, como já haviam me dito, e isso não era algo que não podia deixar de explanar para vocês nessa resenha, ainda que de forma superficial.

Eu gostei do livro? Sim, muito! Mas tiveram momentos em que me senti sim incomodada com as atitudes de Jason e em relação ao casal. A autora retrata relações daquela época de uma forma verossímil, então daí talvez surja a estranheza, vez que mulheres eram tratadas como objetos.  Não é algo fácil de se ler, mas não era impossível de acontecer na época. Percebem como é complicado?
Por outro lado temos aqui uma história bem construída, com personagens bem desenvolvidos e coerentes, sejam eles principais ou secundários, com uma mocinha fantástica e com um diferencial na forma como foi construída, de tal forma que faz com que fiquemos entretidos e curiosos pelo que está por vir, mesmo nos momentos controversos.

Vale dizer aqui que muitas pessoas não sentiram o mesmo desconforto que eu, então aconselho aos amantes do gênero a lerem para tirarem suas próprias conclusões. Ainda que esses momentos existam, eles não desabonaram minha experiência de leitura, que me rendeu sim excelentes momentos.

E bem pessoal, essas foram minhas impressões relativas ao primeiro livro de Judith McNaught que li e espero que tenham gostado de conhecê-las! Não deixem de comentar, ok? Beijos e até o próximo post!

6 comentários:

  1. Você descreveu muito bem os fatores. Realmente que os personagens tem que viver de acordo com as normas daquela época e muita coisa eu nem sequer pensaria em aceitar, mas a história e a época eram diferentes. Eu não li nada da autora, mas vejo falarem muito bem e tens razão, todo romance de época é clichê, mas eu amo mesmo assim.

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  2. Blog Faces em Livros24 de maio de 2019 às 14:02

    Olá!

    Também sempre ouvi falar muito desta autora e de seus mocinhos conflituosos, que despertavam muito amor e ódio em suas leitoras. Através de sua resenha, percebi exatamente o que os personagens expressam e os seus sentimentos conflitantes na história. A divisão em partes da resenha ficou bem esclarecedora. Romance de época é sempre bem-vindo!!!!!!

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  3. Oi, Pollyanna! Eu li Witney, meu amor, depois de ler várias recomendações e simplesmente odiei. Peguei um ranço danado das histórias da autora depois - e isso foi antes dessa nova roupagem da editora para a obra em questão. Já esse livro, eu sinto um pouco de vontade de ler e entendo bem esses dilemas entre gostar do mocinho ou não por causa dos ditames da época em relação ao machismo. Já vi algo assim em algumas outras obras, até nas de Julia Quinn que mostram que a mulher tinha que procurar um matrimônio, ou estaria fadada ao fracasso. Não sei ainda se lerei, gostei da sua resenha e do seu ponto de vista sincero, mas estou bem escaldada com essa autora.
    bjos
    Lucy - Por essas páginas

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  4. bem, confesso que os clichês no gênero me incomodam demais, nunca consigo ir adiante numa leitura, mesmo que o desenrolar se dê por situações diferentes... e sobre a questão da personagem aceitar situações machistas, realmente há que se levar em conta a contextualização da época... ponto importante destacado por vc...
    gostei do texto, parabens ^^

    bjs

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  5. Oi! Nunca li nada da Judith McNaught. Preciso remediar esse pecado já! Lendo a resenha, já me apaixonei pelos personagens, quem não gosta de um bom romance? Com a cabeça que tenho hoje, duvido muito que eu fosse sobreviver na época do livro. É muita repressão em cima da mulher! A capa é linda, passa pureza e uma sensualidade muito bonitas. Obrigada pela dica!

    Bjoxx ~ Aline ~ www.stalker-literaria.com ♥

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  6. Oi Polly, li este livro em um aversão pocket e lendo a sua resenha, me lembro de ter adorado essa trama. Eu também quis dar uns tapas no mocinho.... rs mas ainda assim o livro foi uma leitura maravilhosa pra mim.
    Beijos

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Pollyanna Campos

Mineira, apaixonada por livros, advogada, viciada em romances de época, séries e café. Ama viajar, ouvir a mesma música, ver os mesmos filmes, reler suas citações literárias favoritas e cuidar de suas plantas.




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