Entre Livros e Filmes: Negação

Olá pessoal, tudo bom com vocês? Faz tempo que não venho ao blog recomendar filmes, não é verdade? Agora, com a retomada da rotina, isso vai mudar e hoje venho recomendar a vocês um filme que assisti no feriado e adorei. Que tal saber um pouco mais sobre Negação?

Negação é um filme lançado em setembro de 2016, baseado em fatos reais, que vai contar a história de Deborah Lipstadt (Rachel Weisz), uma pesquisadora que em seu livro ataca de forma direta os pensamentos de um historiador – David Irving (Timothy Spall), que questiona a veracidade do Holocausto. Segundo a ideia defendida por este, o acontecimento histórico teria sido invenção dos Judeus para lucrar mais.

O homem se sente no direito de processar Deborah por difamação e, contrariando uma grande parte do sistema judicial mundial, as leis britânicas exigem que a parte acusada prove que o que disse é verdade. Desta forma, a pesquisadora se verá em meio a uma disputa judicial que, mais do que as partes, envolve a história e a morte de milhares de Judeus durante a Segunda Guerra Mundial.

Fiquei sabendo deste filme em um encontro do clube do livro aqui da minha cidade. Logo a temática chamou muito minha atenção, em um primeiro momento por um espanto, afinal, quem negaria a existência do Holocausto?! Mas logo depois esse espanto deu lugar a uma certeza de que tal negação é sim capaz, afinal, no nosso país mesmo negam a Ditadura...

Enfim! Fui procurar saber um pouco mais sobre o filme e descobri que tratava-se de uma história real. O julgamento realmente havia acontecido e David Irving e toda sua horda de seguidores existe e propaga essa ideia absurda.

Com um elenco incrível, um enredo que prende do início ao fim, diálogos inteligentes e bem construídos, acompanhamos esta história através do filme, em meio a cenas que envolvem todo o julgamento – que me fascinou – e cenas no campo de concentração de Auschwitz que emocionam e nos deixa com um nó na garganta.

Negação vai além do genocídio cometido na Segunda Guerra – que por si só já seria um tem poderoso e necessário. Ele fala também sobre o radicalismo, arrogância política, a capacidade do ser humano de distorcer fatos e negar verdades através de pensamentos e ideologias que ferem a história e a memória de milhares de pessoas.

Outra temática abordada no filme é a liberdade de expressão. Em determinada parte da trama, questiona-se se as palavras da pesquisadora não estariam tolhendo a liberdade de expressão de David e dos demais que pensavam como ele. Tal temática é abordada de uma forma brilhante!  Tem uma cena no final, onde a Deborah faz um discurso sobre o assunto que deu vontade de estampar em vários lugares, de tão pertinente e precisa que foi sua colocação.

Enfim! Este foi um filme do qual gostei muito e recomendo a todos que gostem de filmes da temática sobre segunda guerra, ou com cenas que se passam em tribunais. Ele está disponível no catálogo da Netflix, então aproveitem!

Deixo aqui minha sugestão , aproveitando o ensejo para dizer que acredito ser um filme muito necessário para os dias de hoje, para que possamos refletir sobre discursos, falas e extremismos que nos cercam.