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Resenha #253: Juntando os Pedaços



Olá pessoal, tudo bom com vocês? Sempre vi a capa de Juntando os Pedaços por instagrans e blogs literários e por mais que chamasse minha atenção, eu sempre acabava lendo outras coisas na frente.  Com o intuito de diversificar minhas leituras neste ano de 2020, resolvi me render a essa leitura e hoje venho conversar um pouco sobre ela. Que tal conferir minhas impressões sobre Juntando os Pedaços, da autora Jennifer Niven?



Neste livro conheceremos dois personagens muito peculiares: Jack e Libby.


Jack tem prosopagnosia, uma doença que lhe impede de reconhecer as pessoas. Ele não consegue reconhecer rostos, apenas traços marcantes em cada pessoa, como olhos, nariz, boca, cabelo. Não é nem preciso dizer como isso dificulta sua vida, certo? No entanto, é um pouco pior do que parece, visto que ninguém – nem mesmo seus pais – sabem de sua condição.

Libby é uma garota incrível, inteligente, apaixonada por dança, mas que não ficou conhecida por nenhuma destas características. Após a morte inesperada de sua mãe ela desenvolveu uma compulsão por comida e acabou tendo de ser resgatada de sua casa, devido ao peso excessivo. Na internet estão disponíveis vídeos de seu resgate.

Agora, anos depois de todo o incidente, ela está voltando a escola, para ter uma vida normal, ou o mais normal possível. É nesse contexto que o caminho dos nossos protagonistas vão se cruzar.

Jack, tentando se mostrar descolado para seus amigos, acaba causando um grande constrangimento para Libby, que se mostra mais forte que havia imaginado.

À partir dali eles passam a conviver em meio a detenção e começam a descobrir que existe muito mais em cada um que as aparências permitem enxergar.


Eu já havia tido um spoiler de qual seria a brincadeira cruel de Jack com Libby e confesso que já comecei o livro com ranço do personagem.

Me entendam bem, em minha cabeça antes da leitura, nada justificava aquele ato dele e confesso que depois de ler continuo pensando igual.

Não que eu tenha tido antipatia do personagem por todo o livro depois disso – porque realmente não aconteceu – mas, para mim, por mais desafiadora que fosse sua vida, devido a sua condição, nada justifica a forma como ele agiu. Enfim! Queria deixar registrado essa minha ressalva.


Ressalva feita, quero dizer que mesmo com essa atitude do Jack, ele ainda assim é um personagem muito bem construído, daqueles que aprendemos a ver com outros olhos. Entendi o que a autora quis mostrar com ele.

É nítido que ele faz tudo o que faz por ceder a pressão social que vem junto do ensino médio. Ele é o rapaz ‘diferente’, que não quer ser visto dessa forma e faz de tudo para se enturmar. É muito mais fácil para ele cometer diversas burradas que finalmente aceitar a abraçar o ser diferente.

Para alguns pode ser algo meio estereotipado, mas acredito que mais real que isso impossível. Muitos jovens fazem o mesmo e talvez você aí, do outro lado da tela, tenha agido assim em alguma situação, durante sua vida escolar.

Mas essa não é a única temática abordada nesse livro, muito pelo contrário. Aqui teremos também uma abordagem excelente sobre bullying e gordofobia. Acompanhar a forma como a autora desenvolve o tema através de seus personagens é como encarar pessoas reais passando por isso. Ela tem uma escrita delicada, leve, mas não poupa realidade na hora de nos mostrar como acontece, a forma como machuca e as consequências de tais atos. Eu achei simplesmente genial.

Grande parte do sucesso dessa abordagem é a personagem Libby, pela qual desenvolvi um carinho enorme. Que personagem ímpar, sério! Ela é uma garota doce, determinada, cheia de sonhos e com uma empatia tremenda! Você acompanha seu recomeço torcendo por ela a todo momento e tendo vontade de abraçá-la quando as coisas desandam. Tive vontade de guardá-la em um potinho! rs

Outro ponto incrível é como a autora passa a mensagem de abraçar quem você é, de auto aceitação e da construção da auto estima. Foi lindo ver a forma como os personagens se desenvolvem e se descobrem mais fortes em sua essência. Isso, unido as referências literárias e musicais, foi maravilhoso!

Também achei extremamente interessante a abordagem sobre a prosopagnosia, visto que não sabia absolutamente nada sobre a doença. Foi muito bacana ir descobrindo junto com o personagem principal, como a mesma é e como é de certa forma comum em nossa sociedade.

Um único ponto que não curti tanto foi o romance. Ele para mim foi algo desnecessário em toda trama, que já tinha tanto a mostrar.

E bem pessoal, essas foram as minhas impressões em relação a obra. Se você procura um YA envolvente, bem escrito, com personagens únicos e com temáticas extremamente importantes sendo desenvolvidas, fica aqui minha recomendação. Espero que tenham gostado do post de hoje. Não deixem de comentar, ok? Beijos!




Título: Juntando os Pedaços
AutoraJennifer Niven
EditoraCompanhia das Letras – Seguinte
Nº de Páginas: 392
Compre Aqui (Comprando pelo meu link você me dá uma pequena comissão e não paga nada a mais por isso) 
Jack tem prosopagnosia, uma doença que o impede de reconhecer o rosto das pessoas. Quando ele olha para alguém, vê os olhos, o nariz, a boca… mas não consegue juntar todas as peças do quebra-cabeça para gravar na memória. Então ele usa marcas identificadoras, como o cabelo, a cor da pele, o jeito de andar e de se vestir, para tentar distinguir seus amigos e familiares. Mas ninguém sabe disso — até o dia em que ele encontra a Libby. Libby é nova na escola. Ela passou os últimos anos em casa, juntando os pedaços do seu coração depois da morte de sua mãe. A garota finalmente se sente pronta para voltar à vida normal, mas logo nos primeiros dias de aula é alvo de uma brincadeira cruel por causa de seu peso e vai parar na diretoria. Junto com Jack. Aos poucos essa dupla improvável se aproxima e, juntos, eles aprendem a enxergar um ao outro como ninguém antes tinha feito.

5 comentários:

  1. Um livro onde temos um protagonista com tantas nuances realmente ter um romance me parece desnecessário!!!!!
    Quero ler o livro porque já li algumas resenhas ótimas e fiquei curiosa com a relação dos personagens devido ele não reconhecer bem as pessoas

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  2. Oiii,

    Eu não ando muito na vibe de YA, mas amei as temáticas que o livro aborda, principalmente porque é na adolescência que a maioria dos nossos traumas nascem. Eu fiquei curiosa sobre a doença do protagonista, eu nunca tinha ouvido falar de algo sequer parecido, nem sabia que uma desassociação destas era possível kkkkkkkkk Mas quando eu estiver nesta pegada novamente com certeza é uma história que pegarei para ler.

    Beijinhos...
    http://equipenerd.com.br/

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  3. Olá!!!
    Eu já tinha visto a capa do livro perdida por aí, mas não conhecia nada sobre a história e bem sabia que tinha essa temática por trás o que já amei.
    Adorei a resenha e a dica dada vou anotar.

    lereliterario.blogspot.com

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  4. Eu tenho vontade de ler esse livro desde o lançamento, mas após ter lido "por lugares incríveis" e gostado, mas não amado, confesso que fiquei com certo receio. Uma pena que você tenha pegado spoiler do livro! É péssimo quando isso acontece. Exceto isso, a leitura deve ter fluído muito bem para ti, né? Acho que nunca li nada que abordasse a gordofobia como tema principal. Fiquei interessada em conhecer essa obra.

    Beijos,
    Blog PS Amo Leitura

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Pollyanna Campos

Mineira, apaixonada por livros, advogada, viciada em romances de época, séries e café. Ama viajar, ouvir a mesma música, ver os mesmos filmes, reler suas citações literárias favoritas e cuidar de suas plantas.




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