Na infância tive meu próprio grupo
de três pessoa, onde éramos nós contra o mundo. Sei como é crescer em um grupo
assim e como é perder um pouco da conexão com o tempo.
Dito isso, a premissa de “Três”
chamou muito minha atenção. Queria conhecer a história dessas pessoas e como a
vida aconteceu.
Inicialmente, sabemos que houve uma ruptura. Em uma linha paralela, passamos a conhecer o início da conexão entre eles. Em meio a esses elementos – que por si só já me ganharam – ainda existe um desaparecimento que está conectado a eles de alguma forma.
E é através deste enredo que Valérie
Perrin nos conduz por meio de sua escrita poética e envolvente. Pode parecer um
enredo simples, mas é incrível como ela conseguiu criar algo ímpar.
Aqui temos uma obra que passa
pela fase da infância, das primeiras descobertas, despertando aquele sentimento
de nostalgia.
Depois passamos pela adolescência,
pela fase de descobertas, incertezas, das primeiras vezes; pela fase adulta, onde
nem sempre sabemos o que queremos, que rumo tomar, como nos orgulhar de nós
mesmos.
Percorremos todos esses caminhos
com personagens incríveis, bem construídos, complexos. Nem sempre os amamos,
mas acompanhar suas jornadas é espetacular.
O livro é calmo em alguns
momentos, turbulento em outros, como a vida. As reviravoltas me pegaram de
surpresa e não consegui largar o livro.
O fim, com alguns elementos em aberto é minha única ressalva, mas não ao ponto de tirar o brilho da obra.
Mais uma vez me apaixonei por uma
trama de Valérie Perrin! ♥
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