Aos dez anos de idade Miranda já sabia que não se encaixava nos padrões de beleza da sociedade. A menina esperta, inteligente e com um coração enorme não nutre grandes esperanças por um futuro casamento ou um amor arrebatador, até que após a festa de sua melhor amiga, é levada para casa por seu irmão mais velho e passa a nutrir uma paixão platônica por ele.
Nigel – ou Turner, como preferia ser chamado – se casou, ficou viúvo, e Miranda o acompanhou durante anos, ainda com sua paixão platônica, vendo ele se tornar um homem solitário e amargo.
Ela, por sua vez, se tornou uma
bela mulher – ainda fora dos padrões esperados pela sociedade –, de uma
inteligência ímpar e um coração de ouro.
E é por sua bondade que ela
tentará ajudar Turner a voltar a ser quem era – o homem simpático e gentil que
ganhou seu coração e admiração.
No entanto, nada será tão fácil.
Será que mesmo após anos de desilusões, o antigo Turner ainda existe? Será ele
capaz de corresponder o amor de Miranda?
Não é novidade para ninguém neste blog que basta uma nova publicação da Julia Quinn surgir para eu passar na frente de basicamente todas as minhas leituras atrasadas. Eu simplesmente não resisto! Rs Ela, Lisa Kleypas e Mary Balogh têm sempre o primeiro lugar.
E é por estar sempre lendo algo
da autora – seja livro recentemente escrito, como livros escritos há mais tempo
– que é notória a diferença entre os personagens de agora e àqueles criados em
2007, como foi o caso desse livro.
Sendo assim, não pude deixar de
notar que o romance vivido entre Miranda e Turner não é tão arrebatador como os
criados nos Bridgertons, por exemplo. E não, não estou comparando uma obra à
outra para criticar a autora. Na verdade, o que estou fazendo aqui é falando
sobre uma evolução enorme pela qual a Julia passou em seus romances. Se este
romance, por exemplo, não me convenceu tanto, os Bridgertons por outro lado,
escrito em 2010, me arrebataram por completo e eu simplesmente amo acompanhar
toda essa evolução na escrita de uma autora que amo!
Bem, tecida essas considerações,
acho que posso começar a falar sobre a leitura em si.
Aqui temos um amor platônico nascido na infância. Miranda, que passa a escrever em seu diário aos 10 anos, por conselho de Turner, passar a expressar ali todo o seu sentimento pelo irmão mais velho da amiga, que foi gentil com ela em um momento em que se sentia mal.
Os anos vão passando, eles ficam
mais velhos, ele se casa, fica viúvo e ela continua nutrindo um sentimento que
já não é tão infantil assim.
É depois da viuvez do Visconde
que a história entre os dois começa a se desenrolar, de uma forma meio
estranha, onde eu não sabia ao certo se torcia para a Miranda fugir da cilada
ou para Turner melhorar um pouco! Rs
Aqui vale a pena tecer outra
consideração. Vi muita gente falando de como o personagem era machista, de como
ele tinha uma visão ultrapassada das mulheres, mas para mim nenhum destes
comentários foi relevante. Estamos falando aqui de um romance de época
ambientado no século XIX e cá entre nós? Não havia desconstrução dos
pensamentos machistas não. Mulheres realmente tinham poucos direitos e os homens nobres não eram tão devotos as suas mães e famílias. Eu não
consigo ver como um ponto negativo um personagem criado a imagem e semelhança
de um homem daquela época.
Mas se você já está encarando o
livro com certo receio, deixo claro que esses “momentos” do personagem não
duram toda a obra. Na verdade ele tem sim seus momentos sensatos, emotivos e
até mesmo românticos, no entanto, é um misto tão grande que até agora não sei
se gostei dele ou não! Rs
Quanto a Miranda, ela é uma moça
acostumada a viver sem o carinho e atenção do pai e por isso, após a morte da
mãe, passa a maior parte do seu tempo junto de Olívia e sua família. Ela é uma
moça inteligente, de bom coração e que prefere passar o tempo com um bom livro
no lugar de um salão lotado de novas pessoas. Ela é um ponto alto do livro,
apesar de não ser consistente o tempo todo.
Ela e Turner tem um romance que
de início não convence nem um pouco. A forma como tudo começa é no mínimo bem
egoísta por parte dele e nesse ponto me vi torcendo para que ela encontrasse
alguém melhor. Para ser sincera, eu só apreciei mesmo o casal quando já tinha
passado de 60% e foi só um gostar. Em momento algum me apeguei a eles juntos,
infelizmente.
Se Miranda é um dos pontos altos
do livro, sua amizade com Olívia é O ponto alto do livro. As duas juntas são
incríveis e a forma como uma sempre está lá pela outra, sempre se apoiando e
vivendo coisas juntas é muito bacana de acompanhar. A amizade das duas me lembrou
bastante Penélope e Eloíse, duas amigas da autora que eu simplesmente adoro!
Com exceção de Olivia, não temos
outros personagens secundários tão presentes e imprescindíveis à trama,
infelizmente. Queria ter visto muito mais da matriarca da família Bevelstoke,
que parece ser incrível. Que ela apareça bastante no segundo volume, que nos
apresenta a história de sua filha.
Outro ponto positivo deste livro
é a escrita da Julia Quinn, que mesmo quando seu romance não nos arrebata,
acaba nos prendendo do início ao fim, nos deixando curiosos pelo desfecho de
sua história.
Em suma, este foi um livro
gostoso de ler, mas pelo qual acabei não me apaixonando, como costuma acontecer
nos livros da Julia. No entanto, foi ótimo poder ler uma nova história sua e
ver como a sua escrita e seus casais
evoluíram de 2007 para cá. Se você quiser conferir essa evolução da autora, ou
só está a procura de um romance de época mais leve para passar o tempo, deixo
aqui minha recomendação.
No mais, só me resta dizer que
estou muito ansiosa pelo segundo volume da série. O livro da Olívia promete e
mal posso esperar.
Espero que tenham gostado do post
de hoje. Não deixem de comentar, ok? Beijos!
Autora: Julia Quinn
Editora: Arqueiro
Nº de Páginas: 288
Aos 10 anos, Miranda Cheever já dava sinais claros de que não seria nenhuma bela dama. E já nessa idade, aprendeu a aceitar o destino de solteirona que a sociedade lhe reservava.Até que, numa tarde qualquer, Nigel Bevelstoke, o belo e atraente visconde de Turner, beijou solenemente sua mãozinha e lhe prometeu que, quando ela crescesse, seria tão bonita quanto já era inteligente. Nesse momento, Miranda não só se apaixonou, como teve certeza de que amaria aquele homem para sempre.Os anos que se seguiram foram implacáveis com Nigel e generosos com Miranda. Ela se tornou a mulher linda e interessante que o visconde previu naquela tarde memorável, enquanto ele virou um homem solitário e amargo, como consequência de um acontecimento devastador.Mas Miranda nunca esqueceu a verdade que anotou em seu diário tantos anos antes. E agora ela fará de tudo para salvar Nigel da pessoa que ele se tornou e impedir que seu grande amor lhe escape por entre os dedos.
Olá, tudo bem? Quero muito ler os livros da Julia Quinn, mas esse não estou vendo falarem muito bem, como acontece com os outros, rsrsrs. Mesmo assim, fiquei curiosa para conhecer a história. Adorei a resenha!
ResponderExcluirBeijos,
Duas Livreiras
Ainn sou super suspeita pra falar , porque amo Julia Quinn ,demais!! A capa é linda, as histórias são mágicas. A verdade é que esse ainda não li , o que me deixou super chocada é o fato de muitos leitores não estarem gostanto do livro,mas...
ResponderExcluirGostei bastante da sua resenha e também do post como um todo. As fotos estão lindas!
um beijo
www.chuvanojardim.com.br
Eu amo a Julia Quinn e ela é a única autora que eu leio de romances de época, mas confesso que fiquei um puco desapontada com este livro. esperava rir mais e achei os desencontros do final muito esticados. Mas quero ler a serie toda e estou curiosa com o livor que trara a Olivia como protagonista.
ResponderExcluirbeijos
Olá, tudo bem? Eu gostei muito dessa história, principalmente da Miranda que se mostrou uma personagem bem diferente e carismática, mas olha, o Nigel para mim poderia ser cancelado hahaha, que personagem que dá preguiça!
ResponderExcluirNunca li nenhum livro dessa autora, embora escreva romances de época, algo que gosto, seus enredos não me atraem muito. Mas que bom ver que você está ansiosa pelo segundo livro da série, tomara que no segundo os personagens te cativem mais.
ResponderExcluirNunca cheguei a ler nenhum livro da autora, apesar de já ter ouvido falar bastante sobre ela, ainda mais que parece que todo mundo gostou da escrita dela. E por isso mesmo fico desacreditada com os leitores tecendo comentários negativos sobre esse livro. Ironicamente, fico intrigada para conhecer melhor essa história e por fim dar o meu veredicto. Adorei sua resenha.
ResponderExcluirAinda não li nenhuma obra da escritora, mas confesso que minha curiosidade é imensa para saber como ela escreve. Acho que iniciarei por essa obra, pois fiquei bem curioso para saber dessa história na íntegra.
ResponderExcluirOlá, tudo bem?
ResponderExcluirEu ainda não li qualquer livro da autora, mas já conhecia a Julia Quinn por ler diversas resenhas dos livros dela, mas também porque a minha amiga Grazi adora a autora. Parabéns pela resenha, ficou muito boa!
Abraço!
Oi Polly!
ResponderExcluirFico muito feliz por saber que você gostou da leitura. Geralmente não curto a escrita da Quinn, sempre acho cansativa, até hoje desisti de dois livros dela, achei um péssimo e dois muito bons. A autora realmente não é uma das minhas favoritas.
Amei essas capas, achei incrível que a Arqueiro tenha usado as artes (mesmo sendo de Quarteto Smythe-Smith segundo andei lendo.