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Resenha #201: A grande solidão


Título: A grande solidão
AutoraKristin Hannah
Editora: Arqueiro
Nº de Páginas: 395
Imprevisível. Implacável. Indomável.
Para uma família em crise, o último teste de sobrevivência.
Atormentado desde que voltou da Guerra do Vietnã, Ernt Allbright decide se mudar com a família para um local isolado no Alasca.
Sua esposa, Cora, é capaz de fazer qualquer coisa pelo homem que ama, inclusive segui-lo até o desconhecido. A filha de 13 anos, Leni, também quer acreditar que a nova terra trará um futuro melhor.
Num primeiro momento, o Alasca parece ser a resposta para tudo. Ali, os longos dias ensolarados e a generosidade dos habitantes locais compensam o despreparo dos Allbrights e os recursos cada vez mais escassos.
Porém, o Alasca não transforma as pessoas, ele apenas revela sua essência. E Ernt precisa enfrentar a escuridão de sua alma, ainda mais sombria que o inverno rigoroso. Em sua pequena cabana coberta de neve, com noites que duram 18 horas, Leni e a mãe percebem a terrível verdade: as ameaças do lado de fora são muito menos assustadoras que o perigo dentro de casa.
A Grande Solidão é um retrato da fragilidade e da resistência humana. Uma bela e tocante história sobre amor e perda, sobre o instinto de sobrevivência e o aspecto selvagem que habita tanto o homem quanto a natureza.
Olá pessoal, tudo bom com vocês? A resenha de hoje é de um lançamento de uma das minhas autoras favoritas da vida: Kristin Hannah. Sempre que vejo um novo livro dela eu corro para conferir, consciente de que vou ser envolvida por sua escrita e acabarei com o coração destroçado. Quando soube do lançamento de ‘A grande solidão não hesitei um segundo sequer em solicitá-lo. Que tal saber quais foram minhas impressões de leitura?
No Alasca só se pode cometer um erro. Um. O segundo vai matar você.

Ernt Allbright é ex combatente da Guerra do Vietnã e desde seu retorno é atormentado pelos horrores que ali viveu quando foi feito prisioneiro. Este não encontra paz em nenhum lugar e decide se mudar com sua mulher – Cora – e com sua filha para um local isolado no Alasca em 1947.
Quando o pai finalmente voltou para casa, Leni mal o reconheceu. O homem bonito e risonho de sua lembrança tinha se tornado deprimido, distante e irritadiço. Ao que parecia, odiava tudo na comunidade, por isso eles se mudaram. Então se mudaram de novo. E de novo. Nada nunca estava como ele queria.
Leni, a filha do casal, tem treze anos e já viu sua família se mudar diversas vezes desde a volta de seu pai e torce para que desta vez eles possam encontrar paz e um futuro melhor em seu novo destino.
Leni estava com medo de ficar e com medo de ir. Era estranho – até estúpido –, mas com frequência se sentia como se fosse o único adulto de sua família, como o lastro que mantinha o decrépito barco dos Allbrights no prumo.
Em um primeiro momento o Alasca parece ser de fato a melhor opção para família, tendo em vista a generosidade dos habitantes que ali vivem.

No entanto, com o inverno rigoroso do Alasca regado a bebida, a alma de Ernt se mostrará ainda mais sombria, despertando o que há de pior no homem. Sua família terá que lidar com essa realidade, em um lugar onde noites de dezoito horas parecem intermináveis e as ameaças externas não parecem tão grandes quanto os perigos internos.
Confesso a vocês que tenho até dificuldade em começar a falar desse livro. Ele me despertou um misto de emoções tão grande e tão intenso que fica até difícil falar sobre.

Após ler a frase que iniciou a resenha na contracapa, comecei a leitura pronta para que algo muito ruim acontecesse no enredo. Quando os personagens chegam ao Alasca, eu criei todos os tipos de teorias e tragédias que poderiam acontecer em um lugar isolado, repleto de animais selvagens, com personagens totalmente despreparados e sem qualquer tipo de eletricidade. Sim, eu já imaginei as mais diversas mortes e tragédias, mas não me dei conta que os verdadeiros demônios estavam nos traumas Ernt deixados pela guerra. Os pesadelos constantes, os acessos de fúria, a bebida em excesso, tudo isso fazia com que a vida de sua esposa e sua filha fosse mais difícil dentro de casa que externamente.

Ainda neste contexto vemos Cora, que está claramente em um relacionamento abusivo (o que fica claro logo nas primeiras páginas) e se sente dependente de tudo aquilo que vive. O relacionamento dos dois é doentio e em meio deles está Leni.

Leni é uma criança, que aos treze anos teve que amadurecer drasticamente devido a tudo que passa dentro de casa. A mesma é uma menina inteligente, doce e muito obediente, que tenta se lembrar do lado bom de seu pai mesmo em meio aos horrores que presencia. Esta foi de longe a personagem mais fascinante deste livro e pela qual mais torci. Me emocionei com sua forma de descobrir o mundo, e com o amor que sentia por sua mãe. Esta personagem foi a que mais evoluiu e amadureceu neste livro e confesso que me emocionou muito ao longo da trama. Leni é uma personagem extremamente forte.

Os personagens secundários também são de suma importância e muito bem desenvolvidos. É impossível não se apegar a eles ao saber um pouco de sua história pregressa. Kristin criou personagens extremamente humanos, deixando a trama com um ar verossímil.
A narrativa é construída aos poucos, por camadas. Vamos conhecendo os personagens, suas histórias e o que se tornaram. O clima é tenso e a todo momento você espera por algo ruim e talvez isso faça com que o início da leitura seja lento para algumas pessoas. Mas não se engane achando que é algo ruim, muito pelo contrário. Desta forma, Kristin conseguiu captar bem a dor, sofrimento e crescimento de seus personagens. Ao mostrar a força do ser humano para enfrentar situações impensáveis, ela nos presenteia com uma história extremamente tocante, onde o maior desafio está em encontrar em si mesmo a força necessária para enfrentar seus maiores problemas.

Neste livro temáticas como traumas pós-guerra, perda da infância, alcoolismo, violência doméstica, relacionamento abusivo, violência contra mulher e ausência de respaldo legal e descoberta de seu lugar no mundo são abordados com maestria, de uma forma real e visceral.

O final não me arrebatou por completo, apesar de ser super bem escrito e emocionante. Na verdade, acho que aqui o problema foi o excesso de expectativa. Fui esperando algo mais parecido com o Rouxinol, então acabei não ficando totalmente envolvida. Mas como dito anteriormente, é um belo final, que encerrou a história com chave de ouro.

Se você procura um bom drama que aborda temáticas importantes através de uma escrita emocionante e única, recomendo a vocês este livro! Aqui temos um romance onde vislumbramos o melhor e o pior do ser humano, sendo impossível não se emocionar.

Espero que tenham gostado da resenha de hoje! Não deixem de comentar, ok? Beijos e até o próximo post! 

7 comentários:

  1. Eu amo a escrita da Hannah e isso foi depois de ler O Rouxinol, inclusive achei que a Arqueiro poderia ter inovado na capa deste livro, que ficou praticamente igual ao do rouxinol, faltou criatividade.
    Quando a trama, pelo que mencionou ela trás o melhor da autora, que também despertou muitas emoções em mim com o outro livro. Captar a dor e mostrar a força do ser humano é um dom dela e é por isso que não vejo a hora de ler esse livro.

    Abraços.
    https://acabinedeleitura.blogspot.com/

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  2. OI, Polyanna.
    Morro de vontade de ler algum livro dessa autora. Já tenho dois na estante, só falta tempo mesmo. Achei incrível a emoção que você passou na sua resenha!!!
    Beijos
    Camis - blog Leitora Compulsiva

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  3. Olá!
    Eu amo a escrita da Kristin Hannah, mas ultimamente não estou muito no clima desse tipo de romance com narrativas mais arrastada, porém, vale destacar que as histórias são sempre intensas, com dramas bem emocionantes.
    Pretendo ler em algum momento!
    Beijos!

    Camila de Moraes

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  4. Oi, Pollyanna.

    Que resenha incrível! Cheia de sentimentos e emoções. Eu me apaixonei! Fico feliz que este livro tenha te tocado tanto. Ainda não li nada da autora, mas a cada resenha eu fico com mais vontade. Espero que este livro me toque profundamente também.

    Beijos,
    Blog PS Amo Leitura

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  5. Acho que esse enfoque nos traumas é alho que pode me envolver muito porque eu adoro quando essas dores do passado são trabalhadas dentro de um enredo bem desenvolvido. Só li um livro da autora e adorei, por isso, minha vontade de ler esse aqui é enorme, ainda mais depois da sua resenha.
    Beijos

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  6. Olá!!!
    Eu ouvi falar do livro do autor "Rouxinol" muito bem, porém não me prendeu o mesmo porém esse traz temáticas que me interessam um pouco mais e admito que traumas quando bem trabalhados num enredo transformam o livro em algo muito bom.
    Uma pena que não tenha atingindo suas expectativas por conta do livro anterior do autor.
    Adorei a resenha!!!

    lereliterario.blogspot.com

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  7. Estou com esse livro na estante, mas nunca consegui dar uma chance pra ele.
    Tive uma experiência não muito boa com essa autora, mas mesmo assim ao ler a sua resenha despertou o meu interesse pela leitura. Achei o enredo envolvente e fiquei curiosa para saber do desfecho. É difícil fazer uma leitura com temas tão intensos, mas são excelentes para refletir. Dica mais que anotada.

    Beijos
    Sai da MInha Lente

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Pollyanna Campos

Mineira, apaixonada por livros, advogada, viciada em romances de época, séries e café. Ama viajar, ouvir a mesma música, ver os mesmos filmes, reler suas citações literárias favoritas e cuidar de suas plantas.




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