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Resenha #252: MAUS

Olá pessoal, tudo bom? Como vocês já sabem, histórias com tema de Segunda Guerra sempre chamam muito minha atenção. Com MAUS não foi diferente. Saber que se tratava de uma história real, retratada através de uma HQ, pelo filho de uma das vítimas do holocausto chamou muito minha atenção. Acabei recebendo o livro em parceria pela Companhia das Letras e hoje venho contar um pouco sobre ele. Que tal conferir?


Maus (rato em Alemão), vai nos contar através de Art Spiegelman, a história de Vladek Spiegelman, um judeu polonês que sobreviveu a Auschwitz.  Vladek é pai de Art e vai revelar a ele como foi sua vida antes, durante e como vem sendo após a Segunda Guerra.

O livro originalmente foi publicado em duas partes, no entanto, a versão atual vendida pela companhia das letras, pelo selo Quadrinhos na Cia, apresenta um compilado destes dois volumes, nos entregando a história na íntegra.

Através de Maus temos um dos relatos mais viscerais, reais e perturbadores sobre a Segunda Guerra. Até mesmo a forma de retratar a história, as cores e traços corroboram para chegar a este resultado.

Começamos a HQ em meio a um encontro conturbado entre pai e filho. A relação entre os dois não é lá das melhores – Art não tem muita paciência com as mesquinharias de seu pai, no entanto, como forma de aproximação, ele pede que Vladek lhe conte sua história.

A partir daí vamos conhecer um pouco mais sobre Vladek, a forma como ele conheceu a mãe de Art – que vinha de uma família abonada –, o momento em que as coisas começaram a mudar, passando por diversos momentos que antecederam os campos de concentração, até o momento em que passaram a viver de fato em Auschwitz e lutar por sua sobrevivência.


Por intermédio das lembranças de seu pai, Art retrata a época de forma clara, direta e incisiva. Não usa de sentimentalismos e nem faz com que seu pai pareça menos humano e falho que realmente é.

Se Vladek é retratado como um sobrevivente destemido, que usou de todo seu conhecimento e talento para manter-se vivo, assim como as pessoas que amava, ele também o retrata como mesquinho e racista, nos mostrando como mesmo após passar tantos horrores o ser humano ainda consegue ser tão falho.

É através desse relato que Vladek conta como foram de fato os dias nos campos de concentração. Mostra todos os horrores, a forma como os mais frágeis eram descartados e tudo o que precisou fazer para sobreviver a cada dia.

Em meio aos encontros entre pai e filho e as narrativas sobre a guerra, sobre a perda das pessoas que amavam e todas as monstruosidades, é impossível não se emocionar.

Esta é a aquele tipo de história incômoda, difícil, mas necessária. Relatos como esse são de extrema importância para que períodos como este nunca voltem a acontecer, afinal, se esquecemos dos erros e monstruosidades do passado, eles tendem a se repetir em um futuro. Como mostrado com tanta clareza nessa HQ: O ser humano é falho e capaz das maiores monstruosidades. 

Espero que tenham gostado da indicação de hoje e que deem uma chance a esta HQ, mesmo que não tenham o costume de ler tal gênero. Não deixem de comentar, ok? Beijos e até o próximo post!





Título: MAUS
AutoraArt Spiegelman
EditoraCompanhia das Letras – Quadrinhos na Cia
Nº de Páginas: 296
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Maus, rato em alemão, é a história de Vladek Spiegelman, judeu polonês que sobreviveu aos campos de concentração de Auschwitz, narrada por ele próprio ao filho Art Spiegelman. O livro é considerado um clássico moderno das histórias em quadrinhos. Foi publicado em 2 partes, a primeira em 1986 e a segunda em 1991. No ano seguinte, o livro ganhou o prestigioso Prêmio Pulitzer de Literatura. A obra é um sucesso estrondoso de crítica e público. Desde que foi lançada, tem sido objeto de análises e estudos de especialistas em diversas áreas, como artes, história, literatura e psicologia. Em nova tradução, o livro é agora relançado com as 2 partes reunidas num só volume. Nos quadrinhos, os judeus são desenhados como ratos e os nazistas como gatos, e, americanos como cachorros e poloneses como porcos. Esse recurso, aliado à ausência de cor nos quadrinhos, reflete o espírito do livro: trata-se de um relato incisivo e perturbador que evidencia a brutalidade da catástrofe do Holocausto. Art, porém, evita o sentimentalismo e interrompe algumas vezes a narrativa para espaçar a dúvidas e inquietações. É implacável com o personagem principal, seu próprio pai, retratado como destemido e valoroso, mas também como mesquinho e racista. De vários pontos de vista, uma obra sem equivalente no universo dos quadrinhos e um relato histórico de valor inestimável.

9 comentários:

  1. Achei inteligente retratar uma história real em forma de HQ. No emu ver tira um pouco o quão duro pode ficar a história em livro.
    Sem falar que histórias que se passam em campos de concentração são sempre fortes, principalmente entre pai e filho.
    Gostaria de ler

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  2. Olá, tudo bem? Faz um tempão que esse livro está na minha lista de desejados, justamente por ser sobre a Segunda Guerra - eu amo livros sobre esse período. Ainda não consegui comprar ele por causa do preço :\ Adorei tua resenha, só aumentou minha curiosidade!

    Beijos,
    Duas Livreiras

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  3. Eu sou fascinada por histórias que se passam na guerra e fiquei muito curiosa pra conferir esse livro! Já ouvi falar dele mas nunca soube exatamente qual é a história. Dica anotadíssima, amei a resenha!

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  4. Oi!
    Eu tenho essa HQ já faz algum tempo mas ainda não consegui ler. Felizmente, consegui separar ela para ler esse ano, mas será só mais para o final dele.
    Sempre li só críticas positivas e não tenho dúvida de que irei gostar da leitura.
    Ótima resenha!
    Bjss

    http://umolhardeestrangeiro.blogspot.com/2020/02/resenha-fragmentados-livro-1.html

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  5. Oi, Pollyanna! Eu não sabia que Maus em alemão era Rato. Acho que por isso não entendia a ligação entre as ilustrações de ratos e o título. Achei a história impactante, não sabia também que se tratava de um relato. Vai pra minha lista também.
    bjos
    Lucy - Por essas páginas

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  6. Olá, tudo bem? Eu não sou fã de quadrinhos mas quando descobri sobre o que essa obra se tratava, eu percebi que era uma metáfora incrível para tecer criticas sobre aquele período, acho essa edição linda demais e nao vejo a hora de ler.

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  7. Olá, tudo bem? Se incomoda e tira da zona de conforto, é porque está fazendo certo, ainda mais nesse assunto. Eu lembro de ter visto essa HQ desde seu lançamento, mas acredita que até hoje não li? Está na hora de mudar isso, e sua resenha me impulsionou mais ainda. Ótima postagem!
    Beijos

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  8. Apesar de não ler com muita frequência livros que se passam na segunda guerra mundial ainda assim são obras que acabam me despertando interesse pela leitura, e com esse livro não foi diferente. Mesmo sendo uma HQ acredito que esse fato não deixa a história menos real ou impactante, muito pelo contrário.

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  9. Olá!!!
    Eu gosto de HQs, porém o problema é que tenho algo com livros sobre Guerra pois não sei explicar porque não consigo lê-los apesar de estar com o objetivo de mudar isso esse ano.
    Eu gostei da indicação e espero poder ler, pois gostei que o autor retrata os personagens como animais e isso até se torna uma linguagem pra se trabalhar com crianças.

    lereliterario.blogspot.com

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Pollyanna Campos

Mineira, apaixonada por livros, advogada, viciada em romances de época, séries e café. Ama viajar, ouvir a mesma música, ver os mesmos filmes, reler suas citações literárias favoritas e cuidar de suas plantas.




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