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Resenha #276: Apague a luz se for chorar

 


Olá pessoal, tudo bom com vocês? A resenha de hoje é de um livro que li há algum tempo, mas que ainda não tinha uma opinião formada sobre. Como continuo sem saber ao certo os sentimentos que essa leitura me despertou, vou comentar um pouco da experiência com vocês. Bora conferir minhas impressões sobre “Apague a luz se for chorar”?


Apague a luz se for chorar é um livro nacional escrito por Fabiane Guimãrães, publicado pelo selo Alfaguara. Nele vamos ter uma narrativa que se alterna entre a realidade de dois personagens: Cecília e João.


Cecília é uma mulher que se mudou de Brasília para o Rio de Janeiro e ainda não conseguiu se estabelecer, se sentindo um tanto quanto perdida.


João é um pai solteiro de uma criança com paralisia cerebral e faz de tudo pelo bem-estar do filho, fazendo com que sua vida gire em torno do mesmo. Atualmente ele se encontra trabalhando além do normal para tentar custear um tratamento que pode vir a dar uma melhor qualidade de vida para a criança.


Quando os pais de Cecília morrem, ela se vê de volta na pequena cidade de sua infância. Tudo ainda parece muito irreal: os pais morrerem juntos de forma natural quando ela sequer sabia que estavam doentes. A forma como terá de lidar com sua vida agora que perdeu as únicas pessoas que tinha no mundo.  Uma filha vivendo o luto sem saber ao certo como fazê-lo.


No entanto, após conversar com a vizinha de seus pais, ela passa a se questionar se a morte realmente foi natural. Alguém teria matado seus pais ou esta é apenas uma daquelas situações em que o ser humano tenta não aceitar uma perda?


Em meio a estes questionamentos vamos vendo a trama sendo construída. Cecília com suas questões, João fazendo de tudo por seu filho.


Confesso que não sabia qual seria a ligação dos dois, no entanto, a autora nos revela logo de cara que o homem é o ex-marido de Cecília. O casamento dos dois não acabou muito bem e foi o catalizador para que ela deixasse a antiga vida e partisse rumo ao Rio.


Apesar de todas essas informações, só lendo para saber o porquê a história paralela dos dois é tão importante no fim das contas.


Este não é um livro com grandes acontecimentos, é uma obra mais reflexiva – embora o enredo revele sim algumas surpresas.


Mas a história não para por aí e através de uma escrita poética que Fabiane Guimarães constrói uma trama que gira em torno de família. É um livro que levanta questionamentos sobre o que é ser parte de uma família, os limites que estamos dispostos a cruzar para mantê-la ou por seu bem-estar, a maneira como o ser humano encara a morte, o luto e a forma como tenta questionar o inquestionável nestes aspectos.


Acompanhar os questionamentos de Cecília e a forma como ela passou pelas fases do luto foram o ponto alto para mim. A autora soube traçar a trama de uma maneira muito orgânica, muito real, sabe? Foram diversos trechos que me fizeram refletir.


Quanto a João, é interessante ver a forma como ele se doa pelo filho, como ele seria capaz de mover mundos pelo garoto. Sua jornada nesse livro é no mínimo intrigante e ver a forma como tudo acaba se conectando no fim das contas foi bem satisfatória.


No entanto, nem tudo são flores e confesso que fiquei um pouco decepcionada com dois pontos. O primeiro é esse suposto suspense que é prometido e que só vai surgir de fato após boa parte do livro. Algo é jogado no início, fica um pouco esquecido e é retomado novamente.


O segundo ponto foi o desfecho. A autora fez uma construção tão interessante ao decorrer da obra que parece que o final ficou sem a emoção esperada. Parecia faltar algo. O sentimento após a última página é que a autora poderia ter ido além e construído algo magnífico. Confesso que os últimos capítulos me deixaram um pouco frustrada, daí a sensação de não saber ao certo o que pensar deste livro.


E bem, essas foram algumas das minhas impressões a respeito da leitura. Espero que tenham gostado de conferir! Me contem: já haviam lido algo sobre esse livro? Ficaram interessados? Não deixem de comentar. Beijos e até o próximo post.




Autora: Fabiane Guimarães

Editora: Alfaguara/Companhia das letras

Nº de Páginas: 175

Cecília não sabe muito bem o que fazer com a própria vida. Depois de mudar de Brasília para o Rio de Janeiro, a jovem ainda não conseguiu encontrar um emprego nem organizar seu futuro. João, pai solteiro de uma criança com paralisia cerebral, tenta levar a vida em Brasília como pode. Trabalha como veterinário do município durante o dia e procura formas de ganhar mais dinheiro à noite ― o objetivo é juntar quantia suficiente para bancar um tratamento experimental para o filho.

Quando os pais de Cecília morrem, ela é forçada a voltar para a pequena cidade de sua infância, onde eles ainda moravam. Mas uma dúvida começa a atormentá-la: a possibilidade de que eles foram assassinados. E João, desesperado por mais recursos, começa a se aventurar por trabalhos pouco recomendáveis.

Ao cruzar suas histórias, Fabiane Guimarães cria um suspense impactante sobre o que significa ser parte de uma família, e os limites que estamos dispostos a ultrapassar para mantê-la.



4 comentários:

  1. Oi Pollyanna!

    Estou com este livro no Kindle para ler. Eu adquiri quando teve aquele desafio de 5 livros que a Companhia das Letras indicou para ler e até o momento li apenas um livro do desafio. Mas gostei da sua opinião e saber que não é um livro com grandes revelações, mas é uma obra mais reflexiva. Vou dar prioridade para ele no início de Agosto.

    Bjos

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  2. Oi Polly!
    Não conhecia esse livro, a capa é bonita e chama a atenção, gosto também de ler livros que nos passa reflexão, fico um tempo pensando sobre o enredo eu sei como é difícil ter uma opinião sobre alguns fatos, mas o mais importante é você ter a sua própria. Gostei bastante da sua resenha, me deixou curiosa sobre a história, vou deixar anotado o nome do livro, obrigado pela dica, bjs!

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  3. Eu ainda não tinha lido nenhuma opinião sobre o livro e percebi que existem camadas a se descobrir na leitura e acho que é o tipo de livro que eu gosto. Já quero ler agora mesmo!!!

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  4. Olá, tudo bem? Não conhecia esse livro, mas entendo perfeitamente essa dualidade de sentimentos acerca de uma obra. É como se gostássemos de toda a construção, mas o fim pecasse. Gosto de livros do estilo, com uma escrita poética, então mesmo com as ressalvas, um dia quero tentar. Excelente resenha!
    Beijos

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Pollyanna Campos

Mineira, apaixonada por livros, advogada, viciada em romances de época, séries e café. Ama viajar, ouvir a mesma música, ver os mesmos filmes, reler suas citações literárias favoritas e cuidar de suas plantas.




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