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Resenha #282: O impulso

 


Olá pessoal, tudo bom com vocês? Hoje é dia de falar sobre uma das grandes apostas da paralela para esse ano: O impulso, da Ashley Audrain.



Confesso a vocês que o burburinho e as opiniões divididas sobre este enredo foram o que mais chamou minha atenção em relação a este livro.


Esse livro começa de uma maneira um tanto quanto diferente. Aqui, temos uma personagem que começa observando o ex-marido e a filha em um núcleo familiar totalmente diferente e deixa ali uma pilha grossa de papeis com o que promete ser o lado dela da história.


Continuando a narrativa, descobrimos que esta mulher é Blythe Connor, uma mulher com um passado familiar conturbado, que se apaixonou, engravidou por acidade e está amedrontada com o que virá a seguir, tendo em vista que as mulheres de sua família não costumam ser maternais.


Em meio à narrativa desta mulher, temos ainda a história das duas gerações anteriores (mãe e avó) sendo contadas e a forma como a história de cada uma dessas mulheres afetou nossa protagonista.


E conhecer essas narrativas é algo importante tendo em vista que após o nascimento de Violet, Blythe tem depressão pós-parto e a dificuldade de se conectar com a filha acaba trazendo à tona muitos dos traumas de seu passado. Por mais que tente se conectar com a filha, o convívio entre as duas não é nada fácil, as duas simplesmente não conseguem estabelecer um laço afetivo.


Blythe acaba engravidando novamente e a experiência acaba sendo totalmente oposta. Ela e o filho tem uma ligação instantânea e ela passa a viver todas as alegrias da maternidade das quais sempre ouviu falar.


No entanto, aqui temos um thriller, então temos coisas estranhas rolando ao redor de Violet... ou será que não? Após uma tragédia assolar a família passamos a olhar tudo com outros olhos e nos questionar o que realmente vem acontecendo.



E acredito que é isso que posso falar sobre o enredo sem sair por aí distribuindo spoilers! Agora vamos as considerações sobre a leitura. Aqui temos um livro curto, com uma narrativa sem grandes acontecimentos a todo momento, mas que aborda temas muito importantes e necessários, em meio a um enredo que faz com que você questione tudo e todos a todo momento.


Se no início a autora aborda a questão de que nem toda mulher sonha em ser mãe e a forma como estas são socialmente julgadas, passamos depois para uma análise da maternidade real x a esperada, assim como o julgamento a todo momento a mulheres que ainda estão aprendendo a ser mães e são julgadas por cada pequeno erro. Além disso, a autora trouxe de uma forma muito pertinente abordagens sobre traumas familiares, sonhos frustrados, casamento, criação dos filhos e relações familiares conturbadas.


A narrativa da autora prende, instiga e faz com que o leitor devore as páginas em busca de respostas, despertando sentimentos conflitantes ao longo da trama. Sabe aquele livro que bagunça sua cabeça, que faz você repensar diversas coisas e te deixa até meio zonza? Bem, este livro é assim e eu simplesmente adoro esse estilo de narrativa. Adoro ser impactada pelas leituras que faço.


O final não foi algo excepcional, esperava algo mais impactante, mais decisivo, no entanto, não posso dizer que foi de tudo ruim. Apenas não foi o que eu imaginava.


Acho que deu para perceber que eu entrei para o time das pessoas que gostaram do livro, certo? Recomendo a leitura para que tirem suas próprias conclusões.  


Espero que tenham gostado de conferir minhas impressões de leitura. Não deixem de comentar, ok? Beijos e até o próximo post!




Autora: Ashley Audrain

Editora: Paralela

Nº de Páginas: 328

Blythe Connor está decidida a ser a mãe perfeita, calorosa e acolhedora que nunca teve. Porém, no começo exaustivo da maternidade, ela descobre que sua filha Violet não se comporta como a maioria das crianças. Ou ela estaria imaginando? Seu marido Fox está certo de que é tudo fruto do cansaço e que essa é apenas uma fase difícil.

Conforme seus medos são ignorados, Blythe começa a duvidar da própria sanidade. Mas quando nasce Sam, o segundo filho do casal, a experiência de Blythe é completamente diferente, e até Violet parece se dar bem com o irmãozinho. Bem no momento em que a vida parecia estar finalmente se ajustando, um grave acidente faz tudo sair dos trilhos, e Blythe é obrigada a confrontar a verdade.

Neste eletrizante romance de estreia, Ashley Audrain escreve com maestria sobre o que os laços de família escondem e os dilemas invisíveis da maternidade, nos convidando a refletir: até onde precisamos ir para questionar aquilo em que acreditamos?


6 comentários:

  1. Oi Polly,
    O hype atrapalhou um pouco, confesso, mas se tem uma coisa que esse livro tem é boa narrativa!
    A gente não cansa de ler e é instigante, realmente ficamos na dúvida a todo momento sobre o que é verdade e o que é criação da cabeça da protagonista!
    beeijos
    http://estante-da-ale.blogspot.com/

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  2. Eu até que curti o livro, mas os monólogos eternos da Blythe me fizeram demorar um pouco na leitura.
    Beijos
    Balaio de Babados

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  3. Oi Polly, tudo bem? Lembro quando esse livro foi lançado e dividiu bastante a opinião dos leitores. Muitos o consideraram um drama, já outros um thriller. Por toda a reflexão que levanta acerca da maternidade creio que eu também pensaria ser um drama. Em alguns momentos me fez lembrar de Precisamos conversar sobre Kevin. Essa parte de não ser uma boa mãe na primeira tentativa e quando chega o segundo filho a pessoa se transforma. Muito disso se deve ao amadurecimento, no entanto, os demais filhos podem não compreender esse comportamento da mãe, concorda? Fiquei bem curiosa para ler e conhecer a escrita da autora. Um abraço, Érika =^.^=

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  4. Oi Polly!
    Não conhecia esse livro, mas fiquei interessada no tema abordado no enredo, talvez o medo da maternidade seja de não poder dedicar totalmente pois se não tem um bom exemplo a seguir, seu medo é justificável, mas por outro lado temos a depressão pós parto, isso causa desconforto e as vezes até abandono. Olha, estou encantada com sua resenha parabéns, obrigado pela dica, bjs!

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  5. Oi Polly, tudo bem?
    Eu vou te confessar que esse livro despertou fortemente meu interesse porque pensei: será que aconteceu o que eu estou pensando ou estou achando demais? À medida que fui lendo a resenha, entretanto, eu seriamente comecei a pensar em "Menina Má" porque olha, a impressão sobre esse livro foi forte demais para simplesmente não pensar nisso.
    Um beijo de fogo e gelo da Lady Trotsky...
    http://wwww.osvampirosportenhos.com.br

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  6. Eu adoro narrativas que desromantizem a maternidade e acho que esse enredo traz isso e algo mais. Quero muito ler!!!
    Beijos

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Pollyanna Campos

Mineira, apaixonada por livros, advogada, viciada em romances de época, séries e café. Ama viajar, ouvir a mesma música, ver os mesmos filmes, reler suas citações literárias favoritas e cuidar de suas plantas.




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